São Paulo – De carona no sucesso de iniciativas estrangeiras, empreendedores brasileiros estão se aventurando no crowdfunding, modelo que permite que indivíduos ou empresas financiem seus projetos através de doações coletivas.
A premissa é relativamente simples: o autor da ideia apresenta sua proposta em uma plataforma online e diz quanto quer captar. Através deste sistema, indivíduos que se interessem em apoiar o projeto fazem doações – cada um dá o que quer ou o que pode. Em troca, o dono do projeto oferece uma recompensa – se o projeto anunciado for um filme, por exemplo, os “investidores” podem receber uma cópia gratuita em primeira mão.
Se o projeto conseguir captar os recursos desejados, os donos da plataforma repassam a verba aos responsáveis pelo projeto, ficando com uma comissão – em geral, 5%. Se a meta de arrecadação não for atingida, o dono da ideia sai sem nada e os investidores recebem o dinheiro investido de volta – em alguns casos, não em espécie, mas em forma de crédito para investir em outros projetos.
Uma das referência mais importantes em crowdfunding, o site americano Kickstarter já permitiu que mais de 380 mil pessoas buscassem recursos para colocar suas ideias em prática – desde filmes independentes até discos produzidos e gravados em casa. Mais de 30 milhões de dólares em recursos foram solicitados por meio da plataforma, sendo que alguns projetos chegaram captar mais de 100 mil dólares.
Versões brasileiras
Aprovada lá fora, a ideia começa a ser testada por aqui. O site brasileiro Catarse estreou esta semana com a mesma proposta – financiar ideias criativas. Com cinco projetos no ar, a plataforma aceita doações de 10 reais até 10 mil reais. O objetivo é abrir até 600 projetos para captação de recursos por meio do site ainda este ano. As áreas prioritárias incluem arte, música, design e produtos inovadores em geral.
“Como o critério ‘criatividade’ é muito subjetivo, incentivamos que enviem todo tipo de projeto para nossa avaliação”, diz Diego Reeberg, estudante da FGV-EAESP que criou o serviço junto com o colega Luis Otavio Ribeiro e com a empresa de tecnologia Softa. A iniciativa é abertamente inspirada no Kickstarter. Assim como na versão estrangeira, quem colabora com os projetos tem direito a recompensas exclusivas.
Quem patrocinar o livro “Uma Breve História do Amor” (descrito pelo autor como “uma narrativa com elementos de ficção científica sobre o amor”), por exemplo, pode ter desde seu nome estampado na dedicatória do livro, se doar 10 reais, até uma consultoria do próprio autor na busca do amor verdadeiro se fizer uma generosa doação de 1 mil reais ou mais. O autor pede 5,5 mil reais para viabilizar o projeto – até o fechamento desta matéria, já tinha arrecadado 160 reais.
Revista Época

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